sábado, 26 de maio de 2012

CREIO NO ESPÍRITO SANTO


Creio no Espírito Santo

Desde a nossa tenra idade somos ensinados por nossos pais, familiares, ou pessoas ligadas à fé cristã, quer seja na catequese com um padre ou pastor amigo a professar o Credo Cristão que tanto para a Igreja Católica Apostólica Romana ou para as Igrejas Evangélicas ou neo-pentecostais é o mesmo e ao professar o Credo cristão, hoje, nos deteremos a parte que professamos: “Creio no Espírito Santo”.

Na Palavra de Deus em 1Cor 2,11 assim está escrito: “O que está em Deus, ninguém o conhece senão o Espírito de Deus”, portanto o Espírito de Deus nos leva a conhecer o Cristo, porém ao levar nós a conhecermos o Cristo não nos leva a conhecer o próprio Espírito, ou seja, conhecemos somente o Cristo como se Ele fosse algo separado do Espírito, como se o Cristo movesse sozinho. Vamos conhecendo a ação do Espírito Santo de Deus de forma paulatina, porque é o Espírito de Verdade que nos “desvenda” o Cristo, porque o Espírito Santo não fala de si mesmo. Esse quase apagamento, explica a passagem por que “o mundo não pode acolhê-lo, porque não o vê nem o conhece”, enquanto aqueles que creem no Cristo o conhecem, porque o Cristo convive com seus discípulos está no meio do povo de forma física.

Mas como reconhecer a ação do Espírito Santo no mundo? Já que não o vemos fisicamente. Vamos conhecendo sua ação na Igreja e no mundo:

- nas Escrituras que ele inspirou;

- na Tradição, da qual os Padres da Igreja são testemunhas sempre atuais;

- no Magistério da Igreja, ao qual ele assiste;

- na Liturgia sacramental, através das suas palavras e dos seus símbolos, onde o Espírito Santo nos coloca em Comunhão com o Cristo;

- na oração, na qual Ele intercede por nós;

- nos carismas e nos ministérios, pelos quais a Igreja é edificada;

- nos sinais de vida apostólica e missionária;

- nos testemunhos dos santos, onde ele manifesta sua santidade e continua a obra da salvação.

Ora, mas aqui neste dia, refletimos sobre o Espírito Santo devido a Solenidade de Pentecostes que a Igreja irá festejar no dia de amanhã, porém não podemos esquecer que quando falamos no Espírito Santo, intrinsecamente falamos também do Pai e do Filho, porque são inseparáveis, tanto na Vida íntima da Trindade quanto no seu dom de amor pelo mundo. Esse grande mistério de amor para com a humanidade, iremos refletir com toda a Igreja na Festa da Santíssima Trindade nos próximos domingos.

Mas qual a origem da Solenidade que celebramos já no anoitecer deste sábado e durante todo o dia de amanhã?

A palavra Pentecostes advém do grego: pentekosté, sendo o quinquagésimo dia depois da Páscoa, ou seja, cinquenta dias após a Ressurreição do Senhor Jesus. Uma vez que após a Ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo aos céus, os discípulos e a comunidade cristão não tinha mais a presença física do Mestre, o Espírito foi enviado sobre os apóstolos.

A origem da festa de pentecostes é encontrada na Palavra de Deus no livro do Êxodo 23, 14, dia de ação de graças e alegria, por uma festa agrária, nesta festa o povo oferecia a Deus os primeiros frutos colhidos, mais tarde, tornou-se também a festa da renovação da Aliança no Sinai (Êxodo 19, 1-16).

Mas hoje, de forma catequética, poderíamos nos perguntar qual o nome, as denominações e os símbolos do Espírito Santo?

O nome próprio do Espírito Santo é este mesmo, ou seja, Espírito Santo que adoramos e glorificamos com o Pai e o Filho. A Igreja o recebeu do Senhor e o professa no Batismo dos seus novos filhos.

São Gregório de Nissa nos ensina que:

O termo “Espírito” traduz o termo hebraico “Ruah”, o qual, no seu sentido primeiro, significa sopro, ar, vento. Jesus utiliza justificadamente a imagem sensível do vento para sugerir a Nicodemos a novidade transcendente daquele que é pessoalmente o Sopro de Deus, o Espírito divino (Jo 3,5-8)...

O Espírito Santo possui diversas denominações o próprio Senhor Jesus nos disse que enviaria o Paráclito: literalmente aquele que é chamado para perto de, “advocatus”. Paráclito é habitualmente traduzido por “Consolador”, sendo Jesus o primeiro consolador.

Outras denominações para o Espírito Santo: Espírito de Verdade, Espírito da promessa, o Espírito de adoção, o Espírito de Cristo, o Espírito do Senhor, o Espírito de Deus e o Espírito de glória.

E quais são os símbolos do Espírito Santo?

A água. O simbolismo da água é significativo da ação do Espírito Santo no Batismo, pois após a invocação do Espírito Santo ela se tornou o sinal sacramental eficaz do novo nascimento: assim como a gestação do nosso primeiro nascimento se operou a água, da mesma forma também a água batismal significa realmente que o nosso nascimento para a vida divina nos é dado no Espírito Santo.

A unção. O simbolismo da unção com óleo também é significativo do Espírito Santo, até ao ponto de tornar-se sinônimo dele. Na iniciação cristã, ela é o sinal sacramental da confirmação, chamada com acerto nas Igrejas do Oriente de “crismação”. Mas para perceber toda a força deste simbolismo, há que retornar à unção primeira realizada pelo Espírito Santo: a de Jesus. Cristo (“Messrias” a partir do hebraico) significa “Ungido” do Espírito de Deus.

O fogo. Enquanto a água significa o nascimento e a fecundidade da Vida dada no Espírito Santo, o fogo simboliza a energia transformadora dos atos do Espírito Santo. É sob a forma de línguas “que se diria de fogo” que o Espírito Santo pousa sobre os discípulos na manhã de Pentecostes e os enche dele (At 2,3-4).

A nuvem e a luz. Estes dois símbolos são inseparáveis nas manifestações do Espírito Santo.

O selo é um símbolo próximo ao da unção. Com efeito, é Cristo que “Deus marcou com o seu selo” (Jo 6,27) e é nele que também o Pai nos marca com o seu selo (2Cor 1,22); Ef 1,13; 4,30). Por indicar com o efeito indelével da unção do Espírito santo nos sacramentos do batismo, da confirmação e da ordem, a imagem do selo (“spharagis”) tem sido utilizada em certas tradições teológicas para exprimir o “caráter” indelével impresso por estes três sacramentos que não podem ser reiterados.

A mão. É impondo as mãos que Jesus cura os doentes e abençoa as criancinhas. Em Nome dele, os apóstolos farão o mesmo. Melhor ainda: é pela imposição das mãos dos apóstolos que o Espírito Santo é dado.

O dedo. “É pelo dedo de Deus que (Jesus) expulsa os demônios” (Lc 11,20). Se a Lei de Deus foi escrita em tábuas de pedra “pelo dedo de Deus” (Ex 31,18), a “letra de Cristo”, entregue aos cuidados dos apóstolos, “é escrita com o Espírito de Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, nos corações (2Cor 3,3). O hino “Veni Creator Spíritus” (Vem, Espírito criador) invoca o Espírito Santo como “dedo da direita paterna (“digitus paternae dexterae”).

A pomba. No fim do dilúvio (cujo simbolismo está ligado ao batismo), a pomba solta por Noé volta, com um ramo novo de oliveira no bico, sinal de que a terra é de novo habitável. Quando Cristo volta a subir da água do seu batismo, o Espírito Santo, em forma de uma pomba, desce sobre ele e sobre ele permanece. O Espírito desce e repousa no coração purificados dos batizados.

A ação do Espírito Santo é sentida na humanidade desde a criação do mundo: a Palavra de Deus e o seu Sopro estão na origem do ser e da vida de toda a criatura.

No dia de Pentecostes (no fim das sete semanas pascais), e é bom lembrar que com a Solenidade de Pentecostes termina o ciclo pascal, a Páscoa de Cristo se realiza na efusão do Espírito Santo, que é manifestado, dado e comunicado como Pessoa Divina: da sua plenitude, o Cristo, Senhor, derrama em profusão o Espírito.

Neste dia é revelada plenamente a Santíssima Trindade. A partir deste dia, o Reino anunciado por Cristo está aberto aos que creem nele. Na humildade da carne e na fé, eles participam já da comunhão da Santíssima Trindade.

O Espírito Santo é conhecido através do amor, porque “Deus é amor” (1Jo 4,8.16), porque o amor é um dom que abarca os demais dons, como nos ensina o apóstolo São Paulo se não tivesse amor, poderia fazer tudo, porém seria vazio, então não devemos brigar por este ou aquele dom, mas sim devemos ficar com o Espírito de Deus que é amor.

E quais são os dons do Espírito Santo: sabedoria, inteligência, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus. Em plenitude, pertencem a Cristo, Filho de Davi.

A Tradição da Igreja enumera doze os dons do Espírito Santo: “caridade, alegria, paz, paciência, longanimidade, bondade, benignidade, mansidão, fidelidade, modéstia, continência e castidade”.

Mas quer sejam sete ou doze o que vale é o amor.

Fonte: Catecismo da Igreja Católica

Texto: Gustavo Carvalho Lins (voluntário do Grupo Esperança Viva de Cachoeiro de Itapemirim)

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