Creio
no Espírito Santo
Desde
a nossa tenra idade somos ensinados por nossos pais, familiares, ou pessoas
ligadas à fé cristã, quer seja na catequese com um padre ou pastor amigo a
professar o Credo Cristão que tanto para a Igreja Católica Apostólica Romana ou
para as Igrejas Evangélicas ou neo-pentecostais é o mesmo e ao professar o
Credo cristão, hoje, nos deteremos a parte que professamos: “Creio no Espírito
Santo”.
Na
Palavra de Deus em 1Cor 2,11 assim está escrito: “O que está em Deus, ninguém o
conhece senão o Espírito de Deus”, portanto o Espírito de Deus nos leva a
conhecer o Cristo, porém ao levar nós a conhecermos o Cristo não nos leva a
conhecer o próprio Espírito, ou seja, conhecemos somente o Cristo como se Ele
fosse algo separado do Espírito, como se o Cristo movesse sozinho. Vamos
conhecendo a ação do Espírito Santo de Deus de forma paulatina, porque é o
Espírito de Verdade que nos “desvenda” o Cristo, porque o Espírito Santo não
fala de si mesmo. Esse quase apagamento, explica a passagem por que “o mundo
não pode acolhê-lo, porque não o vê nem o conhece”, enquanto aqueles que creem
no Cristo o conhecem, porque o Cristo convive com seus discípulos está no meio
do povo de forma física.
Mas
como reconhecer a ação do Espírito Santo no mundo? Já que não o vemos
fisicamente. Vamos conhecendo sua ação na Igreja e no mundo:
-
nas Escrituras que ele inspirou;
-
na Tradição, da qual os Padres da Igreja são testemunhas sempre atuais;
-
no Magistério da Igreja, ao qual ele assiste;
-
na Liturgia sacramental, através das suas palavras e dos seus símbolos, onde o
Espírito Santo nos coloca em Comunhão com o Cristo;
-
na oração, na qual Ele intercede por nós;
-
nos carismas e nos ministérios, pelos quais a Igreja é edificada;
-
nos sinais de vida apostólica e missionária;
-
nos testemunhos dos santos, onde ele manifesta sua santidade e continua a obra
da salvação.
Ora,
mas aqui neste dia, refletimos sobre o Espírito Santo devido a Solenidade de
Pentecostes que a Igreja irá festejar no dia de amanhã, porém não podemos
esquecer que quando falamos no Espírito Santo, intrinsecamente falamos também
do Pai e do Filho, porque são inseparáveis, tanto na Vida íntima da Trindade
quanto no seu dom de amor pelo mundo. Esse grande mistério de amor para com a
humanidade, iremos refletir com toda a Igreja na Festa da Santíssima Trindade
nos próximos domingos.
Mas
qual a origem da Solenidade que celebramos já no anoitecer deste sábado e
durante todo o dia de amanhã?
A
palavra Pentecostes advém do grego: pentekosté,
sendo o quinquagésimo dia depois da Páscoa, ou seja, cinquenta dias após a
Ressurreição do Senhor Jesus. Uma vez que após a Ascensão de Nosso Senhor Jesus
Cristo aos céus, os discípulos e a comunidade cristão não tinha mais a presença
física do Mestre, o Espírito foi enviado sobre os apóstolos.
A
origem da festa de pentecostes é encontrada na Palavra de Deus no livro do
Êxodo 23, 14, dia de ação de graças e alegria, por uma festa agrária, nesta
festa o povo oferecia a Deus os primeiros frutos colhidos, mais tarde,
tornou-se também a festa da renovação da Aliança no Sinai (Êxodo 19, 1-16).
Mas
hoje, de forma catequética, poderíamos nos perguntar qual o nome, as
denominações e os símbolos do Espírito Santo?
O
nome próprio do Espírito Santo é este mesmo, ou seja, Espírito Santo que
adoramos e glorificamos com o Pai e o Filho. A Igreja o recebeu do Senhor e o
professa no Batismo dos seus novos filhos.
São
Gregório de Nissa nos ensina que:
O termo
“Espírito” traduz o termo hebraico “Ruah”, o qual, no seu sentido primeiro,
significa sopro, ar, vento. Jesus utiliza justificadamente a imagem sensível do
vento para sugerir a Nicodemos a novidade transcendente daquele que é
pessoalmente o Sopro de Deus, o Espírito divino (Jo 3,5-8)...
O
Espírito Santo possui diversas denominações o próprio Senhor Jesus nos disse
que enviaria o Paráclito: literalmente aquele que é chamado para perto de,
“advocatus”. Paráclito é habitualmente traduzido por “Consolador”, sendo Jesus
o primeiro consolador.
Outras
denominações para o Espírito Santo: Espírito de Verdade, Espírito da promessa,
o Espírito de adoção, o Espírito de Cristo, o Espírito do Senhor, o Espírito de
Deus e o Espírito de glória.
E
quais são os símbolos do Espírito Santo?
A
água. O simbolismo da água é significativo da ação do Espírito Santo no
Batismo, pois após a invocação do Espírito Santo ela se tornou o sinal
sacramental eficaz do novo nascimento: assim como a gestação do nosso primeiro
nascimento se operou a água, da mesma forma também a água batismal significa
realmente que o nosso nascimento para a vida divina nos é dado no Espírito
Santo.
A
unção. O simbolismo da unção com óleo também é significativo do Espírito Santo,
até ao ponto de tornar-se sinônimo dele. Na iniciação cristã, ela é o sinal
sacramental da confirmação, chamada com acerto nas Igrejas do Oriente de
“crismação”. Mas para perceber toda a força deste simbolismo, há que retornar à
unção primeira realizada pelo Espírito Santo: a de Jesus. Cristo (“Messrias” a
partir do hebraico) significa “Ungido” do Espírito de Deus.
O
fogo. Enquanto a água significa o nascimento e a fecundidade da Vida dada no
Espírito Santo, o fogo simboliza a energia transformadora dos atos do Espírito
Santo. É sob a forma de línguas “que se diria de fogo” que o Espírito Santo
pousa sobre os discípulos na manhã de Pentecostes e os enche dele (At 2,3-4).
A
nuvem e a luz. Estes dois símbolos são inseparáveis nas manifestações do
Espírito Santo.
O
selo é um símbolo próximo ao da unção. Com efeito, é Cristo que “Deus marcou
com o seu selo” (Jo 6,27) e é nele que também o Pai nos marca com o seu selo
(2Cor 1,22); Ef 1,13; 4,30). Por indicar com o efeito indelével da unção do
Espírito santo nos sacramentos do batismo, da confirmação e da ordem, a imagem
do selo (“spharagis”) tem sido utilizada em certas tradições teológicas para exprimir
o “caráter” indelével impresso por estes três sacramentos que não podem ser
reiterados.
A
mão. É impondo as mãos que Jesus cura os doentes e abençoa as criancinhas. Em
Nome dele, os apóstolos farão o mesmo. Melhor ainda: é pela imposição das mãos
dos apóstolos que o Espírito Santo é dado.
O
dedo. “É pelo dedo de Deus que (Jesus) expulsa os demônios” (Lc 11,20). Se a
Lei de Deus foi escrita em tábuas de pedra “pelo dedo de Deus” (Ex 31,18), a
“letra de Cristo”, entregue aos cuidados dos apóstolos, “é escrita com o
Espírito de Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, nos
corações (2Cor 3,3). O hino “Veni Creator Spíritus” (Vem, Espírito criador)
invoca o Espírito Santo como “dedo da direita paterna (“digitus paternae
dexterae”).
A
pomba. No fim do dilúvio (cujo simbolismo está ligado ao batismo), a pomba
solta por Noé volta, com um ramo novo de oliveira no bico, sinal de que a terra
é de novo habitável. Quando Cristo volta a subir da água do seu batismo, o
Espírito Santo, em forma de uma pomba, desce sobre ele e sobre ele permanece. O
Espírito desce e repousa no coração purificados dos batizados.
A
ação do Espírito Santo é sentida na humanidade desde a criação do mundo: a
Palavra de Deus e o seu Sopro estão na origem do ser e da vida de toda a
criatura.
No
dia de Pentecostes (no fim das sete semanas pascais), e é bom lembrar que com a
Solenidade de Pentecostes termina o ciclo pascal, a Páscoa de Cristo se realiza
na efusão do Espírito Santo, que é manifestado, dado e comunicado como Pessoa
Divina: da sua plenitude, o Cristo, Senhor, derrama em profusão o Espírito.
Neste
dia é revelada plenamente a Santíssima Trindade. A partir deste dia, o Reino
anunciado por Cristo está aberto aos que creem nele. Na humildade da carne e na
fé, eles participam já da comunhão da Santíssima Trindade.
O
Espírito Santo é conhecido através do amor, porque “Deus é amor” (1Jo 4,8.16),
porque o amor é um dom que abarca os demais dons, como nos ensina o apóstolo
São Paulo se não tivesse amor, poderia fazer tudo, porém seria vazio, então não
devemos brigar por este ou aquele dom, mas sim devemos ficar com o Espírito de
Deus que é amor.
E
quais são os dons do Espírito Santo: sabedoria, inteligência, conselho,
fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus. Em plenitude, pertencem a Cristo,
Filho de Davi.
A
Tradição da Igreja enumera doze os dons do Espírito Santo: “caridade, alegria,
paz, paciência, longanimidade, bondade, benignidade, mansidão, fidelidade,
modéstia, continência e castidade”.
Mas
quer sejam sete ou doze o que vale é o amor.
Fonte: Catecismo da Igreja Católica
Texto: Gustavo Carvalho Lins (voluntário do Grupo Esperança Viva de Cachoeiro de Itapemirim)
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